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Writer's pictureEquipe Guia Alto Paraíso

Alunos de Brasília visitam aldeia indígena na Chapada dos Veadeiros



Quando se pensa nos povos indígenas, muitas vezes vem à cabeça o estereótipo apresentados nos livros de história ou em filmes e novelas. Para acabar com essa generalização, alunos do 3º ano do Centro de Ensino Médio Setor Leste, da Asa Sul, visitaram a única Aldeia Multiétnica do mundo, localizada na Chapada dos Veadeiros, Goiás. Ali, eles conheceram de perto a cultura e o modo de viver de nove tribos. Além do contato com os índios, os adolescentes exploraram o Cerrado.

Durante dois dias, os 25 alunos que se candidataram para participar da experiência puderam viver e dormir na aldeia, além de visitar cachoeiras e rios próximos. Os jovens conheceram representantes das tribos de várias regiões do País, como Krahô (TO), Kayapó (PA), Fulni-ô (PE), Rikbaktsa (MT), Avá-Canoeiro (TO), Xavante (TO) e GO), Guarani Mbyá (Brasil, Paraguai e Argentina) e os povos do Alto Xingu (MT). Eles também receberam aulas especiais de Geografia e Astronomia ao ar livre.

Um dos idealizadores da iniciativa, o professor de Geografia Salvador Dourado Filho reconhece a importância da desmistificação da imagem do índio. “Eles [os estudantes] aprendem sobre a pintura, comem, cantam, fazem fogueira, rezas… É um processo de inserção na cultura indígena”, diz.

Para o educador, a visita proporciona um amadurecimento para os alunos. “Eles vivenciam algo que não estão acostumados, dormem a céu aberto. Para muitos é a primeira viagem longe dos pais”, explica. Salvador também lembra do fator ambiental. “Vou à Chapada há 30 anos e nunca vi queimadas tão grandes quanto essas últimas. São os jovens que vão levar isso [a preservação] para frente”.

Lições que ficarão na memória

Para o estudante Mario José Ferreira, 17 anos, a experiência foi única. “Não é todo dia que você vai estar em uma aldeia, com essa mistura de culturas que às vezes só vemos pela televisão. É muito diferente de ver da sua casa, da Internet, e ver de perto”, conta. Mario ficou impressionado com as construções feitas pelos índios. “As vezes a gente subestima, né?! Mas quando vi achei muito legal a forma como eles constroem as coisas”, expõe. Ali, os adolescentes também foram apresentados à visão indígena sobre as estrelas.

Já Ana Flávia Cardoso, 19 anos, destacou a linguagem das etnias. “Quase nenhum deles fala português. Só o cacique e algumas poucas pessoas. Mesmo assim, deu pra conviver porque ficávamos juntos boa parte do dia. Até reencontrei uma ex-professora minha que é indígena e estava lá. Conheci a sua família e suas origens” relata.

Para outros alunos, a visita foi uma chance de se desligar um pouco da cidade grande. “Com a viagem eu vi que não preciso de celular o tempo todo, tem muitas outras coisas que a natureza pode oferecer. Aprendemos a deixar a individualidade de lado, já que tudo era feito em grupo”, expõe a estudante Iris Trindade, 17 anos. Ela também aprendeu mais sobre a importância da água. “Não pode desperdiçar. Aqui mesmo estamos vivendo com a falta dela”, frisa.

Matheus Correia, 17 anos, comemorou o crescimento pessoal. “Foi gratificante conhecer novas culturas, o modo de viver deles. Foi um momento de troca”, comenta. Para ele, a coletividade também foi fundamental.

fonte: Jornal de Brasília


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